O valor do engenheiro de custos

11/06/2015 10:26

Apresento abaixo a reprodução original do artigo e proposta apresentada em plenária do CREA-RJ em marco de 1993, quando da realização da V SEMANA do CREA-RJ,no Palácio Itamaraty, comemorativa dos 200 anos de ensino de Engenharia no Brasil. A moção teve aprovação unânime e ainda hoje, apesar de termos evoluído em muitos aspectos, mantem-se atual e fundamental: 

A importância dos cálculos de orçamentos na engenharia brasileira vem desde tempos idos, e a matéria sempre foi capítulo singular nos currículos acadêmicos. Infelizmente, hoje, ainda se vê a disfuncionalidade como característica latente nessa área e, consequëntemente, a subvalorização deste profissional por parte do mercado. 

A dissociação do engenheiro de custos da linha mestra de elaboração e execução de projetos de arquitetura e engenharia recai por engano, pois sua participação efetiva e ponderada em decisões só vem contribuir para refinar e aprimorar o trabalho técnico, mesmo num pequeno e médio empreendimento. 

Pretendemos ingressar num estágio de desenvolvimento econômico mais avançado e, em minha opinião a qualidade e produtividade passarão pela seriedade e precisão no atendimento de nossos clientes, cada dia mais rigorosos. 

Em épocas recessivas e de crises prolongadas, a opção pelo verdadeiro moderno se dá através de soluções inteligentes que tenham a economia como norte. 

Este avanço esbarra em algumas peculiaridades de nossa cultura, em que tipos de investimentos mais imediatos não deixam ver que a fórmula Custo + Lucro = Preço traz vantagem de garantia do lucro. 

Porém, para isto acontecer, é necessário técnica competente para um bom planejamento de custos. E aí que o engenheiro se faz presente como uma das peças fundamentais de um processo inequivocamente delicado, que exige responsabilidade e um conhecimento tecnológico imprescindível. 

No meu entender, a engenharia de custos é pedra de toque em várias fases de desenvolvimento de projetos, desde a estimativa inicial até uma estimativa de precisão, dependendo do caso. 

E interessante, então, que sempre pessoas capacitadas assessorem em soluções de orçamentos, objetivando bons resultados. 

Para que se tenha qualidade nesta vertente profissional, a formação acadêmica requer certos cuidados, dando-se maior atenção ao tema nos centros de ensino. 

Vista a importância da engenharia de orçamentos, cabe a cada um de nós refletir e reavaliar seu papel. 

Aproveito para divulgar uma, dentre outras, classificação de níveis de precisão de estimativas para construção civil: 

Estimativa de ordem de grandeza: Destina-se a informar a ordem de grandeza da obra a ser realizada. 

Estimativa definida: É elaborada após preparação do anteprojeto, a dados confiáveis e razoavelmente apurados, conjuntamente com algumas informações complementares. 

Estimativa firme: e’ elaborada durante o andamento da obra e necessita, para sua confecção, desde especificações detalhadas até cronogramas definidos. 

Finalmente não podemos deixar de lembrar o debate em torno do MERCOSUL, com base na excelente explanação do Sr.Pedro de Souza Bisch Neto e, porquanto, o texto aprovado se insere perfeitamente no novo esquadro plurinacional que se alinha no Cone Sul, no qual para termos competitividade, os bens e serviços nacionais carecerão de procedimentos tecnológicos e não poderão prescindir da contribuição efetiva e vantajosa da Engenharia de Custos Brasileira. 

 

Fonte: Fórum da construção


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